Seis horas num bar, uns trinta chopps sorvidos, dois selinhos roubados e um beijo experimentado. Planos pra hoje, amanhã e depois. E ela, desejando vida longa aos dois, pede calma. Uma coisa de cada vez. Dúvida, com boa intuição. Cavalheirismo e atenção. Olhos que brilham, cheiro da pele, desejo explicitado, elogios sussurrados. Tesão? Hoje não! Torpedos, telefonema e outra combinação. Um grande show, pernas estiradas, cabeça repousada, e as mãos inquietas “só no carinho”. Dedicação. Cd de presente, caipirinha de jabuticaba e coxinha do Veloso. Visual da Avenida Paulista. Conversa afiada. Pés descalços, conforto e confiança. E ela pede aquilo que não sabe se tem mais: paciência. Pedido aceito com surra de carinho. Jogo de futebol, mais chopps. Pausa. Saudade. Cinema. Andar de mãos dadas pelas ruas da cidade e “creque” da cebola num ceviche dos bons. Convite feito, convite aceito. Outro lar, outra cama, cachaça e conversa sem fim. Entrega. Sono compartilhado, chamego matinal. Outro convite. Amigos em mesa de bar. Pauta: Palmeiras, futebol, PT, mundo ervilha e Vila Madalena. Mais uma noite de grude. Intimidade. Arroz, feijão, bife a milanesa e batata frita no boteco. Livros de presente. Poesia. Gentileza e zelo. Sashimi na Liberdade, outros amigos. E ela conhecendo mais um pouco dele. E do corpo dele. Na cama, largados, lendo o que ele escreve, no chamego, papeando. Risadas. Gar-ga-lha-das. E ele toca sax, e toca bandolim. Toca pra ela e ainda diz que sabe cozinhar. E ela sorri! E o sorriso resolve ficar, só para lembrá-la que ainda há vida. Admirar, gostar. Aprender. Ensinar? Novos saberes. Novos sabores.
E com a cabeça no peito dele, a frase:
- Nada tema meu amor, nada tema!
E ela acordou...