Para ela, final de ano é tudo igual. Não que ela desgoste, até porque significa que as férias estão chegando e, portanto, mais um motivo para brindar! Mas ela acha que os enfeites natalinos poderiam ser dosados, e o velho e bom “quando menos é mais” poderia ser aplicado também ao excesso de luz, já que o mundo parece esquecer que energia (inclusive elétrica) é algo que não deve ser desperdiçado.
Se somar ainda ao consumo exacerbado, a caridade temporal, o comércio enlouquecido, o trânsito carregado, e o ritmo acelerado, costuma soltar: “parece até que o mundo vai acabar!”.
É bem verdade que ela jamais teve espírito natalino, talvez pelo fato de nunca ter acreditado em Papai Noel. E como se não bastasse duvidar do bom velhinho, ainda criança, avisou sua amiguinha que os presentes embaixo da cama eram colocados pelo pai da menina e que a cartinha “escrita” pela pequena jamais seguiu pra lugar algum. A amiguinha chorou, mas parece que a perdoou.
Jamais colocou uma guirlanda na porta de casa, tampouco teve a idéia de montar uma árvore de Natal, mas se um dia tiver um filho, não descarta repensar o assunto.
Também tem questionado a quantidade de festas de confraternização, como se o restante do ano não fosse digno de celebração. Eu celebro, tu celebras, ela também celebra, embora ultimamente tenha optado por encontrar de pouquinho – uma, duas, três pessoas no máximo, ou o quanto cabe numa mesa de bar. E se for na casa dela, limita a quantidade a sua mesa de jantar.
Ela considera que a parte boa é empurrar tudo o que não foi feito pro ano seguinte (sem culpa!) e ao começá-lo, montar uma lista de quereres, mesmo sabendo que muitos deles não devem (e talvez nem precisem) ser realizados.
Acha curiosa a reação das pessoas quando querem saber onde ela passará o reveillon, pois ao responder que “ainda” não sabe, percebe olhares de estranhamento, como se fosse obrigada a passar longe de casa, ou ainda, só porque faltam menos de dez dias para o Natal, já deveria saber. E os que não perguntam, é porque concluem antemão que só há duas opções cabíveis para ela: Rio ou Bahia. E então ela questiona se de fato tornou-se tão previsível assim, mesmo achando que isso não seja de todo um mal.
Mas assim como a maioria das pessoas, não consegue passar imune aos mais variados clichês tão comuns a época e, confessa que, sente uma vontade lascada de rever algumas pessoas queridas antes do ano acabar.
De resto, ela prometeu que não fará promessa alguma para 2009, mas que voltará a viver na base da reciprocidade, deixando de se importar com quem não se importa com ela, além de evitar a todo custo passar na frente da TV na hora do Especial do Rei, pois não quer repetir a cena do ano passado, quando chorou a cântaros ao ouvi-lo cantar “Outra Vez”.
2 comentários:
Até que enfim alguém que pensa como eu. Quanto desperdício de energia, em todos os sentidos... Mas o Rei merece!
Diogo: O Rei merece, sempre! Eu é que não sei se mereço, as lágrimas... ;o)
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