Naquele momento, eu sequer conseguia entender o porquê daquele telefonema, como aquela senhora havia conseguido o meu número, por que me chamava de doutora, o que ela esperava de mim, e por fim: será que ela estava falando com a pessoa certa?
Sim. Era comigo mesmo que ela queria conversar. E o motivo era o artigo que escrevi junto com o aluno Túlio Casagrande, que saiu publicado hoje, no Caderno de Turismo, do Jornal Cruzeiro do Sul (basta clicar aqui!), falando sobre o Bairro da Vila Hortência, na cidade de Sorocaba.
E isso foi o suficiente para que a conversa tomasse o rumo devido. E daí por diante, seguimos como velhas conhecidas, tomando um gostoso chá, num final de tarde de temperatura amena. E sendo a memória, um cabedal infinito de lembranças, contou-me inúmeras histórias. Seu pai era quem definia os lugares e a forma onde as fotografias da cidade deveriam ser tiradas para os cartões postais. Seu irmão foi um famoso pintor também reconhecido internacionalmente (não consegui registrar o nome dele, nem de outros tantos, afinal, eu estava atordoada com a quantidade de informações já que ainda estava a despertar), e afirmou ainda que possuía manuscritos do Padre Luiz Castanho de Almeida, ou Aluisio de Almeida, como assinava. Aquela senhora tinha um repertório incrível a ser explorado (no melhor sentido da palavra), e eu estava ali me privilegiando de tudo aquilo, e sentindo uma proximidade inexplicável, apesar dos 100 km que nos distanciavam. Depois de muita prosa, já na despedida, agradeci pela doce manhã que ela havia me proporcionado, e ela espontaneamente mostrou-se surpresa por minha calorosa acolhida. Prometemos nos encontrar.
Não. Dessa vez era uma de minhas queridas alunas, representante da comissão de formatura, me convidando para ser a paraninfa das duas turmas que se formarão nesse ano.
7 comentários:
Que delícia ler tudo isso, Van. Parabéns! O mérito é seu, porque a luz é sua. Que bom que está rodeada de pessoas que reconhecem. Estou orgulhosa. Beijos.
Parabéns pelo artigo no jornal, texto no blog, velhinha, alunos e fotos. beijo.
Olhe só o que a minha cidade faz com as pessoas: dá-lhes alegria e emoção!
Adorei o texto, e a matéria no Cruzeiro do Sul. O Quinzinho de Barros é o zoológico mais bonito que visitei, e faz parte da memória da minha infância. Preciso conhecer os outros locais indicados...depois vc me conta mais.
E se for se encontrar com a senhora do telefonema, me chame. Minha avó que mora lá é descendente de espanhóis, e adoraria saber mais sobre a chegada deles lá. Aliás, há um livro sobre este assunto, vc já leu?
Parabéns, Van.
Beijos.
Se eu te apresentar minha avó, já vi tudo, perco as duas!
É isso aí paraninfa, quero ver o discurso!
Viu Lili, que coisa bonita?
Valeu, Diogo! Obrigada.
Tá vendo Rê, a coxinha da Real não é o único atrativo da sua cidade! Pode deixar, quando eu for encontrá-la, te aviso. Quanto ao livro, vi, mas não li.
Rô: quero conhecer a Dona Benta ;o) E quanto ao discurso, prometo caprichar! Vou para o Rio, mas acho que só no domingo.
Acho que a doce senhora acertou em cheio. Você é doutora em hospitalidade. Beijos.
Dani, como é bom ter você por perto! Beijão.
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