domingo, 28 de setembro de 2008

ESCANCARADO

Ela ouvia ele no banho enquanto avistava da janela o aumento do fluxo de carros que se multiplicavam na famosa avenida naquela manhã. Era a cidade acordando num dia qualquer se não fosse a lua que ainda sorria no céu cinzento.

Os lençóis denunciavam um amor rápido e ébrio seguido de um sono pesado e acalentado por corpos que há muito se conheciam e não se encontravam. Ela que nem sempre conseguia dormir acompanhada, gostava de dormir com ele. Ele não roncava.

Mas o que ela mais gostava mesmo era do sorriso escancarado dele. E admirando aquele corpo ainda molhado ela o provocava:

- Pra que tantos dentes, José?
Agosto de 2008

2 comentários:

Anônimo disse...

Opa! To gostando de ver o renascimento da grande mulher que eu conheço!

Luciana Dantas disse...

Hummm...