terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UMA CARTA DE AMOR

Foto: Vanessa Dantas, 2010.


Uma carta de amor. Foi assim que ela recebeu a mensagem daquela manhã. Não, não foi escrita à mão, não estava envelopada, e também não chegou pelo correio. Mesmo assim, era uma carta de amor. Que carregava o cheiro dele. O desejo, a sede e a fome. Explícita. Despida, impulsiva, urgente. Uma carta de amor. Daquela que toca, que abraça, que aperta, que molha, que salga. E depois adoça. Que confessa, que escancara e que sonha. Uma carta de amor. Que não aceita demora na resposta. Porque precisa dela. E pede. A mão dada. O olhar, o sorriso, o colo e o cafuné. Que rememora o silêncio, o pé na areia, as marcas do corpo e o banho de mar. Uma carta de amor. Que não pode esperar. Para agradecer e pedir perdão, mesmo sem precisar. Uma carta de amor. Que entrega, que presenteia. Que respeita e zela porque quer preservar. Uma carta de amor. Que alimenta, acende e dá vida a quem já tinha desistido de voltar a amar.   

Um comentário:

Eli Carlos Vieira disse...

Amor! O texto borbulha amor!
E para que convenções, modismos!? Padrões?
Cartas de amor são assim. Ainda que seja apenas seu nome grafado por aquele que toma conta dos seus pensamentos!

Isso é contagiante, mesmo a corações que se consideram fortes e à margem desse romantismo todo!

Beijo, beijo!