Depois de dias intensos na cidade maravilhosa ela retornou à cidade da garoa. E que garoa! O corado de sol que ganhara na bochecha no domingo de praia escapuliu diante da cidade-concreto mais cinzenta do que nunca. Como quem não quer nada, espiou o jornal do moço sentado ao lado, na poltrona do avião. E antes que pudesse se desconcentrar da vista da baía de Guanabara, conseguiu ler: hoje, segunda-feira, em São Paulo, show do Tony Bennett. Foi a senha. Os pensamentos que estavam de férias voltaram pra casa. Encontraram alimento, declaração no espelho do banheiro, escova de dente e roupa lavada. Sem necessidade de permissão, abriram a geladeira e lançaram um brinde. Vinho verde, uva e macadâmia. Corpos nus - grudados, agarrados, colados, suados - dançando Tony Bennett na penumbra da sala da casa dele. Aquela noite ficou marcada para sempre na memória dela, e na dele também, porque ela prefere que seja assim.
*
Ecléa Bosi está certa, a memória é mesmo um cabedal infinito... E como lembrança puxa lembrança, achou melhor parar por aqui.
3 comentários:
Afe, Van! Se é assim, então seja muito bem-vinda de volta a Sampa. Eu que fui embora daqui depois de ler seu texto. Não sei onde estou, mas na frente do computador é que não é. E é longe, beeeem longe. Delícia! Obrigada.
Beijos.
uaaau... me desconcentro no trabalho assim! hahahaha... e viva a memória, e os bons momentos. :)
A memória.... que periiiiiigo! Beijo, meninas.
Postar um comentário