PRAINHA DO CANTO VERDE

Eu já tinha ouvido falar muito bem do Turismo de Base Comunitária da Prainha do Canto Verde, localizado em Beberibe - CE, mas somente agora pude conhecer o projeto in loco, que além de pioneiro, é referência no país. A oportunidade foi cavada em decorrência da feliz notícia de eu ter sido selecionada, na véspera de viajar para Fortaleza, para desenvolver um trabalho semelhante no Estado de São Paulo, junto à Fundação Florestal. E mesmo sem a certeza de poder ou não aceitar o novo desafio (por estar envolvida com outro grande projeto), preferi não perder a chance de conhecer a Prainha do Canto Verde já que estava tão perto.

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Desde o primeiro contato, tudo aconteceu de forma rápida e altamente eficaz. Um acesso ao site do projeto, dois telefonemas, e uma troca de e-mails foram suficientes para que eu tivesse a melhor recepção possível. Apresentei-me como pesquisadora, professora do curso de Turismo, curiosa e consultora da área. Depois de tudo acertado, segui viagem na manhã seguinte.

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Madruguei. Short, regata e biquini por baixo. Havaianas e mochila nas costas. Óculos de sol, protetor solar e máquina fotográfica. Olhos de ver. Ouvidos de ouvir. Fala comedida. Dia de sol e vento forte. Pé na estrada e cabeça a mil!

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Fui recebida pelo René Scharer e, em seguida, pelo diretor de Turismo Antonio Aires. Ambos foram muito hospitaleiros. Andamos bastante e a conversa rolou solta, em momentos separados.

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Em resumo, pode-se dizer que são mais de 30 anos de luta pela defesa dos direitos - à terra, saúde, educação, inclusão social, melhores condições e qualidade de vida. Povo do mar, que vive da pesca artesanal e que se organiza para o turismo. A comunidade é formada por 1050 pessoas, pouco mais de 200 famílias que se reúnem por meio de conselhos, associação e cooperativismo. A última conquista foi no dia 05 de junho de 2009 quando a comunidade ganhou uma RESEX (Reserva Extrativista) para facilitar a preservação dos recursos naturais e o desenvolvimento responsável.

Apesar de ter passado menos de um dia, foi tempo suficiente para querer voltar em breve e confirmar o que há muito eu desconfiava: esse é o modelo de organização e desenvolvimento do turismo de forma sustentável e inclusiva que deve ser seguido no nosso país!