segunda-feira, 18 de maio de 2009

AS MARCAS DE MARCOS

O texto abaixo é da corinthiana Marília Ruiz.
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Ontem o Palmeiras perdeu.
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Ontem não teve milagre, pênalti defendido, "canonização".
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Ontem não foi dia histórico, não será eternizado em flashes, pôsteres e VTs infinitamente repetidos. Ontem não foi dia de narradores perderem a voz gritando Maaaaaaaaaaaaaarcosssssssssssss....
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E ontem, mesmo assim, Marcos foi Marcos.
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O goleiro que completou 17 anos de Palmeiras. D-E-Z-E-S-S-E-T-E ANOS. Não dias. Não meses.

O goleiro “santo”.

O goleiro tão milagreiro quanto capaz de pedir um cafezinho ao roupeiro para dar uma “acordada”.

O goleiro capaz de no mesmo lance gritar com seu zagueiro e trocar sorrisos com o atacante do time rival.

O goleiro tão campeão do mundo quanto da Série B – sempre com o mesmo orgulho de ser palmeirense.

Palmeirense que ele se tornou quando colocou os pés e as mãos “santas” no Parque Antarctica no início da década de 90.

Palmeirense de verdade. Homem que não foi seduzido pela glória reluzente das libras esterlinas.
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Preferiu o “quintal de casa”. Escolheu (do verbo abdicar dos milhões e do glamour) o Palmeiras, o Brasil, os amigos e a família.

Palmeirense que sabe ganhar, empatar e perder. E saber perder sem perder a classe é para muitos poucos.

E por isso, mais do que palmeirense, Marcos, patrimônio alviverde, é ídolo de todas as cores.

É tão fácil elogiar Marcos que é difícil defini-lo em uma palavra.

Porque ele não é SÓ um grande goleiro.

Porque ele não é SÓ o maior ídolo palmeirense – com todo respeito e reverência ao “Divino”.
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Porque ele não é SÓ íntegro e simples.

Porque ele não é SÓ verdadeiro, sincero.

Porque ele não é SÓ pentacampeão, SÓ campeão da Libertadores, blábláblá.

Porque ele é tudo isso – mesmo quando está machucado, quando falha, quando sai chutando alambrado, quando desce do “altar”...

Marcos não tem cor. Uma cor. Ou duas cores.

Ele conquistou até os bandos de loucos rivais.

Por meio do trabalho. Só do trabalho. E por meio do respeito.
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Por quê?

Porque ele é o Marcos. O goleiro dos “milagres”. Aquele mesmo que parece ser amigo de longa data. O maior jogador da história do Palmeiras – na vitória e na derrota.
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