quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A PAULISTANA E SEUS DISPARATES CARIOCAS

Me perguntaram ontem:

- E aqui no Rio... do que é que você gosta?


Prometi responder, sem pressa. Mas como houve a insistência, e ultimamente tenho andado bastante obediente, aqui está. E embora eu seja apaixonada pela cidade maravilhosa (quem me conhece, sabe bem disso!) confesso que não foi uma tarefa simples, aliás, muito mais difícil do que eu imaginava. É certo que não consegui listar tudo, pois devo ter esquecido um bocado de coisas. Penso também que algumas das relacionadas possivelmente já tenham passado, ou até mesmo perdido o sentido, mas que no momento vivido tiveram tanta importância que não poderiam ficar de fora. Também resolvi incluir algumas das “coisas” desejadas, porque minha intuição diz que vou me amarrar **...




Gosto de sentir o arrepio do meu corpo toda vez que vejo a Baía de Guanabara do alto, segundos antes de aterrissar no Santos Dumont. Gosto das cores. Da musicalidade. Fico embriagada pelo bafo e o cheiro da maresia. O “chiado” do carioca me excita. E o Maraca lotado é muita emoção, calor, energia.

Não sei o que fazer sem o sorriso do Chico que não é mais do Braca. E a Nega Fulô gelada, servida pelo Paiva no Jobi, em companhia do meu querido Miquelin, deu origem a minha paixão e coleção de cachaças.

Felizes são os dias de sol no Poxxxto 9 ½ - coqueirão, com os amigos e primas, bixxxcoito Globo e mate gelado. E boteco pós praia com areia até o anoitecer é certeza de programa mais que perfeito.

A rabada com agrião do Bar do Mineiro compete forte com a galinha à cabidela do Arnaudo (com “u” mesmo). E o suco de fruta-do-conde do (ou da?) Bibi Lanches é culpa da Vivi. Já a da Ula fica por conta do brigadeiro com crixxxpis do Doce Delícia.

Andar de mãos dadas ao entardecer pelas ruas charmosas de Santa Teresa, com o moço do sorriso escancarado, foi algo prá lá de esperado. Inesperado foi o banho de banheira com velas preparado por ele em sua gostosa casa.

Meu psiquiatra preferido me fez gostar até de música eletrônica. E graças a ele, fui parar numa festa de ano novo em Ipanema onde beijei e esnobei um dos homens mais bonitos que já vi. Os fogos de Copa na virada daquele ano ficaram no chinelo.

O chopp em pé no Armazém São Thiago rendeu delícias inesperadas. E almoçar com "o melhor tio do mundo" a salada de batata e outras cositas mais no Bar Luiz, tornou-se compromisso “dos bons”. Beber Devassa ruiva no deck do Espírito Santa só vale em dia nublado. E a bagunça do Bloco das Carmelitas no carnaval, com a família Del Balzucón reunida, ficou (e ficará) para sempre nas melhores das minhas lembranças.

Final de tarde com jazz no Parque das Ruínas foi golpe baixo, assim como a promessa de andar no bondinho de Santa Teresa que ficou para trás.

A beleza do calçadão de Copa eu tenho estampada até numa calcinha de algodão. E o desejo de uma noite de amor no imponente Copacabana Palace merece ser preservado.

O bacalhau do Aurora acho que já foi melhor. E o moreno das pernas esculpidas que cismou com a paulixxxtana marrenta, poderia ser menos bonito.

Só fui uma vez com a querida Simone Scorsato comer a picanha com cerveja geladaça pós praia do Baixo Araguaia, e o kassler do Bar Brasil infelizmente também não teve repeteco.

O steak tartar do Bar Lagoa entrou para a história na companhia da dupla Alessandro e Almeida. E a simpatia do Alfredinho do Bip Bip foi conhecida e compartilhada, no mesmo dia da visita ao Museu Histórico Nacional, com o geógrafo mais querido do planeta.

O pão murcho do Cervantes e a pizza (sem catchup, por favor!) da Guanabara só servem na hora em que a fome aperta. Mas a comilança depois da praia no Hipódromo ou no Braseiro da Gávea não dá para contar nos dedos. Confirmar que o Nova Capela é a melhor opção da Lapa foi tarefa fácil. Difícil foi recusar o chopp do Picote com "o melhor tio do mundo", ainda que tenha sido por uma nobre causa.

Ainda não conheço o “seu” Osvaldo da Casa da Cachaça com o seu estoque de 3.200 garrafas, e acho, no fundo, que é por pura prevenção. E conhecer o Pavão Azul recomendado pelo amigo do Distrito Federal também faz parte dos meus planos, assim como um monte de bares e botecos citados no ótimo blog, recém descoberto, Buteco do Edu.

“Santa de Portas Abertas” fez parte dos repetidos fins de férias do mês de julho. E a possibilidade de entender porque minha prima e meu tio se emocionaram tanto com a tela “A Batalha de Avaí”, do Pedro Américo, no Museu Nacional de Belas Artes, me faz querer voltar correndo pra lá.

E para encerrar (já que o texto precisa ter fim!), vale lembrar de um recado deixado na caixa postal do meu celular, que dizia mais ou menos assim:
- Estou te ligando porque hoje eu descobri o real motivo de você gostar tanto da cidade maravilhosa:

VANESSA, O RIO DE JANEIRO TEM OLHOS VERDES!


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** expressãozinha bem carioca essa!

12 comentários:

Anônimo disse...

Como faço parte desta história devo dizer que tudo foi descrito de maneira infalível!!!!

Entretanto, a vivência e sua lembrança é que são arrebatadoras.

Lembre-se
O Disparate faz parte!!!!!!!!!

Beijos
Dr. Hamister

Unknown disse...

Gata, me leva pra lá com vc pelo menos uma vez na minha vida? Se aqui vc já é uma delícia, lá então... rs... Beijos.

Anônimo disse...

Promessa é dívida. Voltei e não tardei. Eu também adoro o Rio e vou pra lá muitas vezes por ano. VIXI, essa sua lista é muitíssimo parecida com a que eu faria se a mesma pergunta me fosse feita (tirando algumas coisinhas, tipo passear de mãos dadas com moço em Santa Teresa, banho de banheira com macho, etc). Muita coincidência. Quando fores ao Pavão Azul, não deixe de provar o risoto de camarão e/ou a empada do referido crustáceo. Outra boa é dar um pulo na Tijuca pra conhecer o Edu Goldemberg, o Simas e a turma deles. Pessoal bacana.

Fui.
Volto.
Beijo.
Edu.

Renata disse...

Van,
Porra, eu conheço muito pouca coisa do Rio!
Vou correndo voltar pra lá, com a sua listinha em mãos.
Bonito texto! Promessa cumpridíssima...em muito pouco tempo.
beijos

Luciana Dantas disse...

Essa é a Paulixxtana mais carioca que conheço!
Van, você tem toda a razão: o Rio é tudo de bom. Mas ainda faltaram algumas coisas: O Sambinha de raiz pós praia da Casa Rosa, a parada pro visu da Estrada das Paineiras, a Praia da Joatinga... Ai que saudades!!!
Bjs,
Ass: Crixxpixx Del Bazucón

Vanessa Dantas disse...

Salve Dr. Hamister, meu psiquiatra preferido! Que maravilha vê-lo por aqui, ainda mais dando consentimento aos meus disparates! O doutor sabe bem que é um dos grandes responsáveis pela minha paixão pela cidade maravilhosa! Adorei! Beijo enorme. Apareça sempre. Já já tô aí.

Fala gatona! Demorou! Vamos combinar. Vai ser tããããão divertido!

Olá Edu! Que ótimo que voltou! Deve ser o nosso bom gosto, não é mesmo? Não tenha dúvida, seguirei sua dica no Pavão Azul. Também tentarei encontrar com essa tchurma da Tijuca. A propósito, entrei no seu BLOG (uau! que super produção, voltarei lá para me perder mais um pouquinho!). Volte sempre. Beijo.

Renatinha, vamos combinar uma ida ao Rio numa hora dessas! Que tal? Tá na hora do João sentir o bafo da cidade maravilhosa!

Primoca maixxx carioca da face da terra: sempre faltará e por isso que é bom demais!

AOS QUARENTA A MIL disse...

Vanessa,
faltou em seu roteiro uma feijoada no Imperio Serrano.

Abçs

Anônimo disse...

Que texxxto goxxxtoso de ler! Confesso que não foi só a cidade maravilhosa que ficou lisonjeada com as suas palavras...

Vanessa Dantas disse...

Monica: Ainda não tive a oportunidade de saborear essa feijoada, mas tá anotado! E como já disse, é possível que eu tenha esquecido muitas outras maravilhas. No mais, bem-vinda ao BLOG!

Rô: Quem sabe agora eu te convenço que não sou marrenta?!

Dedinhos Nervosos disse...

Olá! Nossa, adorei esse post! Não conheço quase nada do Rio, mas agora isso vai mudar pq meu amigo mudou pra lá! rsrs
Quero conferir toda essa lista! :o)
Bjos!

Marie disse...

Muito bom texto Van!
Deu vontade do Rio que descreveu!
Teu Diploma te turismo não ficou no papel, vendeu o destino! sensacional!

Quando é que abre a empresa?
:O)
beijos

André Debevc disse...

Me deu vontade de pular agora mesmo num avião, de preferência um velho Elektra desses que fazia a ponte aérea de antigamente e descer no Santos Dummont sem "fingers", colocando o pé com havaianas direto na pista inundada de maresia, umidade e carioquice.
Esse texto é uma ode ao Rio. Vinda de uma apaixonada pela cidade que é minha eterna casa. Lindo demais.

P.S.: O Baixo Araguaia é do tio de um graaaaaaaaaaaande amigo meu.